Num sábado qualquer, o Centro de Campinas acorda com seus ruídos habituais: o vai-e-vem
apressado, o barulho dos ônibus, o eco de vendedores ambulantes. Mas no dia 5 de julho,
entre as rachaduras do concreto e as esquinas esquecidas, algo escapa da rotina: são versos. Pedaços de poesia que se escondem – e se revelam – em lugares improváveis, como uma viela sem nome ou o espelho de um sexy shop.
A intervenção “Esconder poemas – palavras em deslocamento no Centro” é parte da programação paralela da [SUB]poética, pequeno e inventivo festival que integra a 7ª edição da Feira [SUB] de Arte Impressa e Publicações Independentes. O evento convida o público a um passeio literário por
doze pontos emblemáticos do Centro, das 10h às 12h, numa cartografia poética guiada por escritores e artistas.
Idealizado pelo escritor Zé Maurício da Costa, ao lado das escritoras Lívia Mota e Natália Moretti (as Manas Escritas) e das organizadoras da Feira [SUB], Fabiana e Marcela Pacola, o trajeto começa em frente à Biblioteca Pública Municipal ‘Professor Ernesto Manoel Zink’ e passa por espaços que falam, silenciosamente, sobre a alma urbana: Praça Carlos Gomes, Mercadinho Campineiro, Sebo das Andorinhas, Ateliê Serafina, Facca Bar, entre outros. Alguns oferecem abrigo à arte; outros, ao improviso. Todos, ao fim, se tornam páginas de um
livro aberto à cidade.
“É um gesto coletivo de imprimir palavras no concreto”, diz Fabiana Pacola, uma das
idealizadoras. “O [SUB]poética propõe ligações inesperadas entre seres e coisas, ideias e formas.
Queremos despertar o olhar de quem caminha sem ver.”
Cada participante recebe pranchetas e canetas. Não apenas para anotar, mas para criar, interferir,
escrever e esconder seus próprios fragmentos. Ao final do percurso, o grupo brinda no bar e
compartilha os achados num sarau informal. Um poema não lido, afinal, é um poema adormecido.
A Feira [SUB], agendada para o dia 13 de setembro na mesma Biblioteca que abre o circuito, vem se consolidando como um dos polos mais importantes da produção gráfica e independente
do interior paulista. Realizada pelo Mix Estúdio Criativo, com apoio da Secretaria Municipal de
Cultura, a feira agrega editoras pequenas, artistas visuais, zineiros, poetas e designers, tecendo uma teia onde o fazer artístico é também resistência,
afeto e encontro.
Enquanto setembro não chega, a cidade já começa a falar em voz baixa – ou em verso. É preciso estar atento: os muros podem sussurrar. E o chão, talvez, tenha algo a dizer.
Serviço: Esconder poemas – palavras em
deslocamento no Centro
📍 Sábado, 5 de julho – das 10h às 12h
📌 Saída: Biblioteca Pública Municipal Prof.
Ernesto Manoel Zink (Av. Benjamin Constant,
1633 – Centro)
📝 Gratuito, com inscrição prévia.
🔗 Mais informações e inscrições: site da Feira
[SUB]
✨ Encerramento com brinde e sarau no bar
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