Como a [SUB] se tornou um projeto cultural que vai além da Feira

Como a [SUB] se tornou um projeto cultural que vai além da Feira

Por Fabiana Pacola e Marcela Pacola, produtoras e idealizadoras da Feira [SUB]
Revista Cultura em 1 Minuto
16 de maio de 2025
Revista Cultura em 1 Minuto Feira SUB 2025

Quando decidimos fazer a Feira [SUB] de arte impressa e publicações independentes, em 2016,não imaginávamos que se tornaria um projeto cultural que se estenderia para além da feira de publicadores. A gente visitava algumas das poucas feiras de artes gráficas e publicações independentes que aconteciam em São Paulo, tínhamos proximidade com editoras e artistas da cena independente. Mas nada superava o efeito surpresa de chegar numa feira desse tipo e se deparar com uma infinidade de trabalhos criativos, de qualidade tanto artística como de conteúdo e forma, que ficam ao alcance das mãos e, ainda, estabelecer um diálogo com o próprio artista que está do outro lado da mesa disposto a contar incansáveis vezes sobre o processo que está por trás da sua produção, seja ela de tamanho mínimo ou máximo. Foi essa experiência que nos motivou fazer em Campinas uma feira de arte impressa e publicações independentes, algo ainda inédito na cidade.

A primeira edição aconteceu na Casa de Fazer, em Sousas, e reuniu 53 expositores com produção diversificada: fotografia, prints e ilustrações, impressão gráfica (riso, tipografia, serigrafia), zines, revistas, livros de artista, trabalhos artesanais/conceituais, editoras e HQs e três eventos paralelos junto da feira. Essa edição teve suas especificidades e descobertas: a surpresa com o número de inscritos foi maior do que o esperado e apontou pra gente a potência desse segmento. Portanto, sacamos logo de cara que curadoria sempre será a tarefa mais desafiadora. E conhecemos um pouco o público que visita feiras de artes gráficas: diversificado e muito interessado nos trabalhos e seus processos. Se a curadoria é a tarefa mais desafiadora, divulgar e fazer chegar no público é, sem dúvida, a segunda. Em um mudo de hiper conexões, com informações sendo despejadas por todos os lados, conseguir fazer com que pessoas se interessem por algo específico, fixem a informação e se engajem é um desafio que permeia nossos esforços constantemente.

Cabe comentar que todos os eventos da feira são gratuitos para público e expositores. Um de nossos valores é democratizar conhecimento, arte, cultura e o acesso à trabalhos artísticos que circulam fora do meio tradicional.

Vale também para as oficinas, bate-papos, ações poéticas e exposições da programação paralela. Isso tudo só é possível graças às parcerias que se formaram desde a primeira edição – e andam juntas até hoje – e outras tantas que vem surgindo ao longo dos anos. Em 2017, a [SUB] deu um salto e mais que dobrou de tamanho. Migramos para o Centro da cidade para ocupar o prédio da Biblioteca Pública Municipal ‘Professor Ernesto Manoel Zink’, movimento que democratizou ainda mais o acesso do público que passou de 1 mil para 2,5 mil pessoas. Recebemos 70 expositores de todo o Brasil, tivemos 13 eventos na programação paralela e estabelecemos parcerias com ateliês independentes. Levar o contemporâneo, o burburinho de feira para o silêncio da biblioteca, espaço cedido pela Secretaria de Cultura e Turismo, é sempre significativo e pontua o que representa essa movimentação toda.

Notícia na íntegra aqui: