A cada edição da Feira SUB convidamos um artista para elaborar o cartaz de divulgação cuja identidade criada inspira todo o material visual da edição.
O artista tem liberdade técnica e estética. A única referência proposta é com relação à identidade da feira que é representada pela simbologia de um peixe.
A função do cartaz é interagir com o espectador com a finalidade de divulgar uma informação de maneira interessante esteticamente e sintética ao mesmo tempo que reforça a importância do design e da arte gráfica.
A cada edição da Feira SUB convidamos um artista para elaborar o cartaz de divulgação cuja identidade criada inspira todo o material visual da edição.
O artista tem liberdade técnica e estética. A única referência proposta é com relação à identidade da feira que é representada pela simbologia de um peixe.
A função do cartaz é interagir com o espectador com a finalidade de divulgar uma informação de maneira interessante esteticamente e sintética ao mesmo tempo que reforça a importância do design e da arte gráfica.
“Queríamos fazer um cartaz com um peixão, e fizemos uma pesquisa sobre os peixes brasileiros até chegarmos na lenda do Aruanã, o criador do povo Yny-Karajá. Conta a história que esse peixe sonhava em ser humano e viver fora das águas, e um dia, durante a festa do boto, deu um pulo para fora da água pra tentar respirar. Compadecido por seu esforço, Tupã decidiu transformar Aruanã em um guerreiro e foi de sua união com as entidades Parajás que nasceu o povo Karajá. Tentamos captar em nosso cartaz esse pulo do peixe, carregado de determinação e esperança. O cartaz é uma colagem, feita a partir de uma mistura de técnicas gráficas: a impressão de mantas de borracha recortadas para as cores de fundo e o uso de carimbos para criar as texturas do peixe e da água.”
O Xilomóvel [ @xilomovel ] é um projeto que nasce do encontro entre os artistas Luciana Bertarelli, Marcio Elias e Simone Peixoto, e que se dedica à pesquisa e difusão da gravura através do ensino, da produção e da realização de exposições e de outras ações. Criado em 2009, o Xilomóvel visitou até o momento mais de 60 cidades brasileiras, percorreu cerca de 50.000 km, e atendeu a cerca de 7.000 pessoas. O projeto foi contemplado em diversos editais e atuou em parcerias com SESC/SP, Prefeituras Municipais, Secretarias de Cultura, Fábricas de Cultura, Oficinas Culturais do Estado de São Paulo, entre outros.
“De uma certa forma todo mundo está ‘vendendo o peixe’, então pode se dizer que somos pescadores de sonhos. Esse foi o mote do desenho. A técnica que usei foi acrílica sobre papel 200g, depois fotografei para impressão do cartaz e reprodução em outros formatos de artes gráficas.”
Carriero é formado em artes visuais pela PUC-Campinas. Seus trabalhos remetem – e provocam o olhar – sobre a realidade do Brasil. No seu espaço de trabalho na Vila Industrial – o Ateliê Folha – onde também reside, o artista realiza eventualmente mostras para o público e, desde 2007, aos finais de semana vende suas obras na Feira do Centro de Convivência de Campinas. Como muralista, uma das suas obras mais conhecidas na cidade, é a ‘Carne de Caju’, um mural de 30 metros de altura no edifício Dona Othilia no cruzamento das avenidas Moraes Sales e Júlio de Mesquita.
“Fiz um desenho de base em xilogravura, imprimi, e depois trabalhei com nanquim nessa impressão sobre folhas de dicionário. O ponto de partida para a criação da imagem do cartaz foi o encontro entre a imagem simbólica da feira – o peixe – e o nanquim, que há algum tempo tem sido o principal meio utilizado em meus desenhos. A associação entre esses dois elementos me levou a pensar na imagem do surubim, um peixe que apresenta listras pretas que parecem ter sido desenhadas sobre ele com nanquim. Ao mesmo tempo, a ideia de um cartaz me remeteu à xilogravura para a criação da imagem devido ao forte caráter gráfico dessa técnica. Decidi experimentar unir as duas técnicas: fiz um desenho em xilogravura, imprimi em folhas de um dicionário antigo e, sobre essa impressão, trabalhei com o nanquim acrescentando as manchas características do surubim e alguns outros elementos da imagem.”
Vinícius Cruz (@vinicicruz) é artista visual e desenvolve trabalhos em pintura, desenho, fotografia e vídeo. Movido pelas paisagens da sua terra natal, no interior de Minas Gerais, busca por meio de um diálogo com elementos da natureza e com a cultura popular, compreender a ecologia das relações entre as pessoas e os locais aos quais pertencem.
“Eu cresci na Vila Madalena, então o grafite sempre foi uma estética muito familiar para mim. Quando recebi o convite para fazer o cartaz da SUB, me veio a ideia de usar a referência do grafite, da arte de rua. Utilizando a identidade da feira, que é representada pela simbologia de um peixe, criei um desenho e utilizei a serigrafia para suporte. Fiz vários lambes, utilizando 3 cores, e fui aplicando a serigrafia sobrepondo cores. Isso por si só já poderia ser o cartaz. Mas eu achei que faltava a estética da rua, da subversão, da arte acessível, que são propostas da SUB, e tive a ideia de colar os lambes em uma parede e fazer um registro fotográfico. Chamei a Raquel Costa, do coletivo Pemba Press para fazer esse registro. Com isso, o cartaz foi representado por várias linguagens artísticas”.
Frësz (@lab.torpe) é formada em design gráfico, trabalha com arte urbana usando como linguagem grafite, zine, lambe-lambe e outras manifestações. Começou a fazer grafites na época da faculdade e, desde então, vem intensificando sua produção. Depois de formada trabalhou com arte-educação, usando como linguagem grafite, zine e artesanato.
“No processo criativo do cartaz, pensei em algo que trouxesse uma ideia de diversidade, de desvio, de subterrâneo, de submerso, de subversivo, que trouxesse a ideia de alguma coisa que parece, mas que não se pode perceber rapidamente o que é, imagens híbridas. Busquei imagens relacionadas a todos esses ‘subs’ e fiz desenhos baseados nas imagens encontradas. Depois escolhi os animais, misturei as formas no intuito de parecerem criaturas estranhas e os coloquei no ambiente dos desenhos. Utilizei nanquim e guache para desenvolver o projeto principalmente por causa da impressão, para que as cores ficassem o mais fiel possível.”
Valéria Scornaienchi (@valeriascornaienchi) é artista visual. Apresenta sua poética em várias linguagens artísticas. Encontra nas experiências em lugares de passagem e no cotidiano, um campo de vivências afetivas com seres não humanos e humanos. Os deslocamentos provocam amplitude no olhar e tempo de contemplação que a artista tem trazido para o ateliê em uma forma de produção lenta, profunda e especialmente pautada pelo tempo das plantas, dos seres viventes visíveis e invisíveis. Nas suas práticas expositivas traz um olhar coletivo na construção e montagem das exposições na intenção de discutir os processos criativos e aproximar as pessoas do tempo estendido de trabalho, fazeres atravessados por tempos de silencio e contemplação.
“A ideia de usar a simbologia do peixe como elemento representativo da Feira SUB tem a ver com cardume. Pensar os artistas e publicadores independentes como cardumes que se movimentam juntos, na maré da liberdade de expressão e criação, subvertendo e surpreendendo. O peixe rabiscado aleatoriamente no papel representa aquele momento pensante, anterior à ideia, aquele rabisco que funciona como uma isca para a criatividade vir à tona.”
Fabiana Pacola (@fabianapacola) é jornalista e designer. Atua junto de artistas visuais em projetos que envolvem design editorial tais como publicações, catálogos, portfólios e livros de artista e outros trabalhos vinculados ao seu estúdio criativo Neo Arte Design. Uma das idealizadoras e produtora da Feira SUB, é responsável também pela identidade visual e pela comunicação do projeto SUB.
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